Beatriz
Até onde vai a paixão? Talvez seja a pergunta central desse filme. Foi o primeiro filme que vi no Festival de Cinema de 2015, depois de um inverno sem ir ao cinema. Não é um filme excepcional, mas tem questões interessantes de serem vistas. Relembrei por alguns momentos a intensidade de Sibel em Contra Parede, assistindo à entrega total de Beatriz para que o marido escrevesse seu livro, vivendo assim, situações inusitadas, servindo de matéria -prima para seu livro. Acho que a Marjorie Estiano está muito bem, me fez lembrar Sibel Kikelli.
Uma coisa bem interessante também é que no filme o escritor é o marido. Beatriz vive diversas relações sexuais e descreve tudo para Marcelo, como se ela também estivesse co- participando da escrita de alguma forma. Acho a personagem central uma escritora de alma, por mais que o prestígio seja apenas de Marcelo.
Um dos paralelos que consegui observar entre as personagens femininas de Beatriz e Contra Parede é que ambas foram as últimas consequências pela paixão, se entregaram, machucaram, viveram de forma visceral, porém quando desistiram de todo esse amor, seguiram a diante de forma firme e decidida, por coincidência ou não, as duas personagens livraram- se do tormento da paixão quando aproximaram- se da maternidade.
Mesmo não sendo um grande filme merecer ser visto com atenção.
Tempo de Travessia
Há 12 anos